Fogueiras pontuam as colinas ondulantes
Figuras dançam em círculos, sacudindo-se sem parar.
Dançam aos sons de tambores, que vibram em ecos na escuridão, Movendo-se aos sons da música pagã.
Em algum lugar oculto na minha memória
Imagens flutuam diante de meus olhos
Imagens de noites perfumadas, ao aroma da
Fumaça da palha na fogueira
E de corpos dançando até o próximo alvorecer.
Posso ver luzes na distância
Tremeluzindo no escuro manto da noite
Velas e lanternas estão dançando, dançando
Uma valsa na Noite de Todas as Almas.
Figuras de palha de milho curvam-se nas sombras
Seguras tão ao alto quanto as chamas alcançam
O cavaleiro verde guarda o arbusto sagrado
Para marcar por onde o ano velho passa
Ano velho das minhas memórias, aonde às imagens
Opacas flutuam como plumas ao vento.
E olhando pra montanha imaginária,
Minhas lagrimas de saudade começam a rolar.
De pé na ponte que cruza
O rio que vai para o mar
O vento é preenchido por milhares de vozes
Elas passam pela ponte e por mim.
São vozes e imagens de amores que já se foram
E nunca mais irão voltar, talvez eu também esteja
Em suas memórias, talvez eu tenha deixado
Em seus corações uma pontinha de saudade
Como a que sinto agora, Talvez....
Posso ver luzes na distância
Tremeluzindo no escuro manto da noite
Vultos das mulheres que amei mais que a mim mesmo
Sombras daquelas que me amaram e que por descuido
Eu nem as vi passarem.
Uma valsa na Noite me atormenta, a valsa de todas as almas.
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