quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Enredo da Infância.




Quando eu era apenas uma criança, via meu pai falar sobre lobisomem, mula sem cabeça e vampiros, eu tentava aprender as verdades por trás dos contos, lembro me de um dia no qual o velho radio falava sobre a guerra do Vietnã, o locutor disse que o céu estava azul e em instante havia ficado escuro como a noite, na noite que se seguiu eu não consegui dormir, fiquei com medo de que o Céu desabasse sobre nós, minha saudosa mãe com toda sua candura me teve em seus braços, e logo que o dia amanheceu, vi que tudo continuava igual, o Céu estava azul e o Sol exuberante, a minha doce infância não me deixava aprender os mais íntimos segredos da vida.

Assim a existência  seguiu seu curso, e hoje depois de tantos anos continuo olhando pras estrelas, quando é dia de céu claro, sei que o azul suspenso, não passa de uma linha tênue entre a luz e a escuridão, sei também que o céu não vai cair sobre nós, mas continuo a imaginar a criação como se o tempo não tivesse passado, um olhar de criança na mente de um adulto que tem muito a aprender. O Céu esta logo ali, e nossa ingenuidade nos fazem pensar que jamais iremos alcança-lo, chamo-me de tolo quando me lembro que viajamos nele a uma velocidade enorme, circundando todos os instantes regiões intocáveis do infinito, sendo guiados pela majestosa mão de Deus universo a fora!

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O Amor é Assim.





O amor é essa coisa que cala, que fala ao som do silêncio, é o arrepio da alma e afaga os sonhos da gente!
O amor é lindo como a pluma que voa ao meio dia, é o abraço da natureza nas asas da cotovia!
 

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Desconexo




 
Um sonho nebuloso numa noite aqui na terra

A lua crescente no céu

Uma canção sem voz, que canta à chegada da alvorada

Pássaros voando num infinito,

Onde o coração move as montanhas

Para lá o meu corpo anseia:

Tudo pelo seu amor
 

Uma gravura em uma parede de pedra

Aninhada no musgo verde-esmeralda

Os olhos declaram uma trégua de confiança

E então me afasto para longe

Aonde, o crepúsculo do deserto profundo,

A areia derrete em piscinas do céu

A escuridão deita seu manto vermelho

Suas lâmpadas me chamarão para casa
 

E então é a vida segue seu curso

Apanhado pelo silêncio da noite

Agora eu sinto, sinto você se mover

E cada sussurro seu é o alimento pra minha alma

Então parto a galope em meu cavalo alado

Apanhado pelo silêncio da noite

Até a distante morada

Tudo pelo seu amor!
 

A vida é a cachoeira serena, que desata nas cercanias

O delgado voo do pássaro, a efêmera sutileza da flor

No raiar de um novo dia.

No intervalo entre o nascer e o morrer é aonde eu quero te encontrar

É como a taça no bolso, a sutileza da serpente, que num momento de festa

Roubam a vida gente

Tudo pelo seu amor, assim se cumpre o destino.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Lembranças!




Ficou a marca na porta quando a bateu na hora que partiu,

Ficou também um cheiro suave de perfume no ar,

Ficou o gosto amargo de um adeus inesperado,

Ficou a lembrança que nunca me abandona,

Ficaram os sonhos, que sonhamos juntos num cantinho guardado,

Quem sabe um dia a velha porta se abra, e seu sorriso surja doce e inesperado novamente,

Quem sabe eu possa sentir em sua pele, o mesmo perfume que permanece comigo neste momento.

Quem sabe eu possa receber de sua boca, um beijo com sabor de mel,

Quem sabe as lembranças ressuscitem os sonhos, e juntos possamos correr pelas veredas do amor eterno.

Quem sabe, este não seja mais um daqueles sonhos que tenho todas as noites, que me atormentam e não me deixam dormir.

De concreto, só sua imagem que não me sai da retina! Vou vivendo assim, entre os sonhos e a solidão, esperando que um dia vc volte, nem que seja, no próximo sonho!!

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A Noite Negra da Alma



Sobre uma noite escura

A chama do amor estava queimando em meu peito

E como uma lanterna brilhante

Eu fugi de minha casa enquanto todos dormiam

 

Ocultado pela noite

E pela escada secreta eu rapidamente fugi

A sombra escondia meus olhos

Enquanto tudo dentro dormia quieto como a morte 

 

Oh noite, és minha guia

Da noite mais amada do que o sol

Oh noite que une o amante

Com aquela que ama

Transformando um no outro

 

Sobre esta noite mística

Em segredo, além da visão mortal

Sem guia ou luz

Que queimava tão profundo em meu coração

Aquele fogo me guia

E se mostra tão brilhante quanto o sol do meio-dia

Para onde ela ainda espera

Era um lugar onde ninguém poderia chegar 

 

Dentro do meu coração batendo

Que se mantém inteiramente para ela
Ele dormiu

Embaixo dos cedros, todo meu amor que eu dei

Das paredes seguras

O vento colocaria seu cabelo contra sua sobrancelha

E com sua mão lisa

Acariciado cada sensação minha que permitiria

 

Eu me perdi para ela

E coloquei minha face no peito de minha amada

E o cuidado e o pesar cresceram escuros

Como a névoa de manhã se tornou a luz

Lá eles entre os lírios claros

Lá eles entre as rosas brancas

Lá eles entre os sonhos de amor.
 

The Dark Night Of The Soul

Loreena McKennitt


 

 


 

 

sábado, 3 de novembro de 2012

The Dark Night of the Soul






Tão lindo quanto um sonho de amor, tão distante quanto às estrelas do céu, assim somos nós dois agora, próximos porem distante, desta forma quis a vida, eu sei que ai deste lado não chove e nem faz frio, o calor inexiste, tudo é perfeição, porém sei que sentes a minha falta, não sei em que dia vou chegar, a passagem de ida esta reservada desde o dia em que fui concebido.
Tudo depende Deus!!!!

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Esta Vida


 

Um sábio me dizia: esta existência,
não vale a angústia de viver.
A ciência, se fôssemos eternos, num transporte
de desespero inventaria a morte.
Uma célula orgânica aparece
no infinito do tempo.
E vibra e cresce
e se desdobra e estala num segundo.
Homem, eis o que somos neste mundo.

Assim falou-me o sábio e eu comecei a ver
dentro da própria morte, o encanto de morrer.

Um monge me dizia: ó mocidade,
és relâmpago ao pé da eternidade!
Pensa: o tempo anda sempre e não repousa;
esta vida não vale grande coisa.
Uma mulher que chora, um berço a um canto;
o riso, às vezes, quase sempre, um pranto.
Depois o mundo, a luta que intimida,
quadro círios acesos : eis a vida


Isto me disse o monge e eu continuei a ver
dentro da própria morte, o encanto de morrer.

Um pobre me dizia: para o pobre
a vida, é o pão e o andrajo vil que o cobre.
Deus, eu não creio nesta fantasia.
Deus me deu fome e sede a cada dia
mas nunca me deu pão, nem me deu água.
Deu-me a vergonha, a infâmia, a mágoa
de andar de porta em porta, esfarrapado.
Deu-me esta vida: um pão envenenado.

Assim falou-me o pobre e eu continuei a ver,
dentro da própria morte, o encanto de morrer.

Uma mulher me disse: vem comigo!
Fecha os olhos e sonha, meu amigo.
Sonha um lar, uma doce companheira
que queiras muito e que também te queira.
No telhado, um penacho de fumaça.
Cortinas muito brancas na vidraça
Um canário que canta na gaiola.
Que linda a vida lá por dentro rola!

Pela primeira vez eu comecei a ver,
dentro da própria vida, o encanto de viver.
 
(Retirado do Bolg; Guilherme de Almeida)

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Por Entre Sombras e Solidão




Oh, acenda a vela, querida

A luz do dia já quase se foi, e a noite perambula a nossa volta

Os pássaros cantaram suas derradeiras melodias

Os sinos chamam todos para a sagrada missa

 

Sente-se aqui ao meu lado e preste muito atenção

Pois a noite é muito longa e não há mais tempo a perder

Há algo que a tempos devo lhe dizer

Antes que eu parta para muito longe

 

Eu me perdi em sonhos fúteis e me esqueci de você,

à irmandade, meus livros foram tudo para mim.

Marchei a passos largos pela vida fácil

No livro da vida rabisquei as palavras de Deus

Numa ignorância sem fim eu quis mudar o contesto da História.

 

Envelhecido eu estava, já não acreditava mais em mim.

Empoleirado acima do mar, flutuando conforme as ondas

As águas deveriam lavar minhas lágrimas

As chuvas, purificar minhas magoas

O vento, varrer minhas memórias

 

Tenho ouvido o oceano respirar, através de procelas vorazes

Exalar sobre a terra firme o mais puro perfume da vida

Eu sabia do sangue da tempestade, do vinho e da solidão

E do vento, sua ira eu deveria tolerar

 

E então os anos se passaram, o vento levou embora a poeira e os sonhos

E dentro de minha cela rochosa eu habitava meus medos

Com apenas um rato e um pássaro, meus eternos companheiros

Minha querida, eu os amava muito, dias e noites entre a sombra e a solidão.

 

E então veio o passar da historia

E acordei aqui do seu lado

Muitos anos se passaram ate eu estar aqui

Finalmente eu estou contigo

 

Em estradas empoeiradas eu caminhei

E por sobre altas montanhas voei

Através de correntezas profundas

Sob o céu sem fim eu te procurei

 

Sob estas flores de jasmim busquei uma imagem sua

No meio dos ciprestes gigantes acabei não te encontrando

Hoje te dou todos os meus livros, entrego-te todas as minhas histórias

Todos os seus mistérios e infindáveis sonhos meus.

 

Agora querida, pegue a ampulheta do tempo

E vire-a de cabeça para baixo e deixe o tempo correr

Pois quando a areia estiver parada, talvez eu não estejas mais aqui

Quando os meus olhos se fecharem, tu sentiras que eu parti.

Que no apagar das luzes, Deus se lembre de mim

Que você guarde na memoria o melhor que pude te dar

Mesmo vagando em noite eterna meus sonhos eram somente seus

E em minha cela rochosa, o meu refugio era Deus

 

 

Oh, acenda a vela, querida

A luz do dia já quase se foi

Os pássaros entoam suas derradeiras canções

Os sinos chamam todos para a missa

Pois no amanhã eu não estarei mais aqui!