domingo, 19 de maio de 2013

Poema do Menino Jesus





Num meio-dia de fim de primavera eu tive um sonho como uma fotografia: eu vi Jesus Cristo descer à Terra.
Ele veio pela encosta de um monte, mas era outra vez menino, a correr e a rolar-se pela erva
A arrancar flores para deitar fora, e a rir de modo ao uvir-se de longe.
Ele tinha fugido do céu.
Era nosso demais pra fingir-se de Segunda pessoa da Trindade.
Um dia que DEUS estava dormindo e o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi até a caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro Ele fez com que ninguém soubesse que Ele tinha fugido;
com o segundo Ele se criou eternamente humano e menino;
e com o terceiro Ele criou um Cristo eternamente na cruz e deixou-o pregado na cruz que há no céu e serve de modelo às outras.
Depois Ele fugiu para o Sol e desceu pelo primeiro raio que apanhou.
Ele vive na minha aldeia, comigo.
É uma criança bonita, de riso natural.
Limpa o nariz com o braço direito, chapinha nas poças d'água, colhe as flores, gosta delas, esquece.
Atira pedras aos burros, colhe as frutas nos pomares,e foge a chorar e a gritar dos cães.
Só porque sabe que elas não gostam, e toda gente acha graça,
Ele corre atrás das raparigas que levam asbilhas na cabeça e levanta-lhes a saia.
A mim, Ele me ensinou tudo.
Ele me ensinou a olhar para as coisas.
Ele me aponta todas as cores que há nas flores e me mostra como as pedras são engraçadas quando a gente as tem na mão e olha devagar para elas.
Damo-nos tão bem um com o outro na companhia de tudo que nunca pensamos um no outro.
Vivemos juntos os dois com um acordo íntimo, como a mão direita e a esquerda.
Ao anoitecer nós brincamos as cinco pedrinhas no degrau da porta de casa.
Graves, como convém a um DEUS e a um poeta.
Como se cada pedra fosse todo o Universo e fosse por isso um perigo muito grande deixá-la cair no chão.
Depois eu lhe conto histórias das coisas só dos homens.
E Ele sorri, porque tudo é incrível.
Ele ri dos reis e dos que não são reis.
E tem pena de ouvir falar das guerras e dos comércios.
Depois Ele adormece e eu o levo no colo para dentro da minha casa,
deito-o na minha cama, despindo-o lentamente, como seguindo um ritual todo humano e todo materno até Ele estar nu.
Ele dorme dentro da minha alma. Às vezes Ele acorda de noite, brinca com meus sonhos. Vira uns de perna pro ar, põe uns por cima dos outros, e bate palmas, sozinho, sorrindo para os meus sonhos.
Quando eu morrer, Filhinho, seja eu a criança, o mais pequeno, pega-me Tu ao colo, leva-me para dentro a Tua casa. Deita-me na tua cama. Despe o meu ser, cansado e humano. Conta-me histórias caso eu acorde para eu tornar a adormecer, e dá-me sonhos Teus para eu brincar.

Fernando Pessoa



sábado, 18 de maio de 2013

Saudade de Mamãe




No dia em que mamãe completaria mais um ano de vida!!!!!

Querida mãezinha: 
Neste dia em que completaria mais um ano de vida se estivesse junto a nos, lembro-me com saudades os momentos felizes que vivi ao teu lado! Na época em que eu era apenas um garotinho, não entendia o porque de tantas cobranças, hoje mamãe sei de tudo e agradeço do mais profundo de minha alma. Graças a você posso devolver a meus filhos seus ensinamentos que com certeza eles os levarão para os seus! Lembro das muitas noites que ficaste ao meu lado, embalando-me na cama, acariciando meu rosto e cantarolando canções de ninar. Lembro das vezes que deixavas os afazeres e embolavas no chão me fazendo sorrir. Era bem pequeno, mas não me esqueço de nada. O mesmo amor que a mim dedicavas era distribuído com os demais irmãos. Lembro da correria que era sua vida para que não nos faltassem nada. Lembro do primeiro casaquinho de lã, as alpargatas, as caminhadas no lombo do burro, a corrida atrás dos bodes no alto da serra, o cachorro preferido “Pombinho”, o papagaio que cantava e assoviava como gente, os cercados, as árvores frondosas, fruteiras e as caminhadas por entre as florestas de nosso mundinho maravilhoso. Lembro das noites de luar com milhões de estrelas cintilantes, a brisa leve e fria que nos fazia adormecer na varanda da casa. Lembro dos dias de festa, em que nos fazia vestir nossa melhor roupa para estarmos bonitos. Quantos sonhos nas noites de Natal, tudo que aprendi sobre Jesus foi você que me ensinou em uma noite de Natal. Lembro dos teus gestos carinhosos com os nossos colegas, a primeira professora, a escola, a igreja, a estação, a feira e também dos castigos que recebíamos por causa das peripécias.
A saudade que hoje me invade a alma tem motivo. E a falta Incomensurável  que você faz, ninguém a substituirá nessa vida, Te perdi materialmente muito cedo, mas guardo no coração a tua imagem, tua bondade, teu sorriso e teu eterno contentamento. 
Daria tudo para ter-te novamente ao meu lado. Sinto saudades da comidinha caseira, do tempero, da roupinha passada no ferro a brasa, da casa limpa e brilhante. Vejo-te agora, como antes, na imaginaria cadeira de balanço, sempre cantarolando para passar o tempo. Vejo-te como antes e me conforto porque tenho certeza que estás no paraíso, olhando e orando por nós.
Contigo aprendi a viver e lutar, a ser quem sou e a entender que o mundo é mesmo assim. Lamento ter te perdido mas sei que a lei da vida e esta e sei também que meus filhos um dia terão que me dar adeus em uma estação qualquer, os deixarei órfãos de meu carinho, amor e afeto, mas com a certeza que são seres humanos de verdade e tudo isso devo a você querida Mãezinha!!!

POEMA




Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo e procurei no escuro
Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo
Hoje eu acordei com medo mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim,
De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás
Hoje eu acordei com medo mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim, que não tem fim
De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás

https://www.youtube.com/watch?v=QlGvc_p8j6I

Cazuza!

sábado, 11 de maio de 2013

Dia das Mães





Sem perceber a mulher traça seu caminho. Caminho este que se projeta através de suas dores e lutas, anseios e amores. Muitas vezes não é notada e nem valorizada. Inútil tentar decifrar essa mulher. Esse intenso universo de emoções, sensibilidade e força, está sempre rompendo barreiras para conquistar o espaço em defesa do seu filho.

Quando grávida, ela carrega, dentro de si, sua vida que tira tudo dela, deixando-a fraca e enjoada, pois, precisa de seu sangue para construir o próprio caminho. Os primeiros meses são difíceis, noites sem dormir, entre cólicas e manhas. Sua vaidade é ferida, acha que vai ficar feia, gorda. O brilho de seus olhos revela preocupações. Essa mulher que gera santos, bons e maus.

Mãe sempre defende, nunca vê defeitos, se a filha engravida, o culpado é o filho da outra, se bebe, se mata, alguém o colocou em maus caminhos, mas nunca assume o erro do filho. Alguns pedem sua benção, outros dizem para onde vão, outros batem a porta com força sem dizer quando voltam ou se voltarão. Por estes ela sofre, sente angústia, reza e chora.

Algum tempo depois, eles voltam. Rosto fechado, objetos atirados longe, xingam, chutam, deprimem..."Ele está nervoso”, justifica a mãe, “foi tão doentinho quando criança”. Não tem sorte na vida, mas tem um bom coração. “Os irmãos e o pai não tem paciência com ele”, quando está bom é um filho maravilhoso, e assim continua a mãe sempre defendendo seu filho, pois quer vê-lo feliz a qualquer preço.

Mãe não dorme, cochila em estado de alerta, enquanto seus filhos não chegam. Não comem senão as sobras, ou quando vai comer algo o filho aparece e pede. Mãe quando bate ou castiga, apanha junto, meio a meio. Quando o filho faz uma graça, faz questão de contar para os outros, pois o dela é sempre o mais inteligente, mais bonito, o que representa melhor.

Observe o olhar de uma mãe quando seu filho tem uma vitória, é tão contagiante que o seu semblante se modifica. Ameace um de seus filhos e estará enfrentando uma leoa feroz! Agora elogie e acaricie um deles e estará acariciando a própria mãe.

É impossível descrever o mistério materno. Mãe moça, bonita, feia, velha, mãe santa, até o dia em que consumida no silêncio e na dor, se vai para sempre! E este lugar, nunca será preenchido.


Autor Desconhecido!

domingo, 5 de maio de 2013

O Momento da Criação



Minha aventura teve inicio no dia em que Deus puxou o gatilho da criação, naquele instante meio bagunçado do universo tudo se formou! La estávamos todos nós, os que já morreram, nós que estamos por aqui e todos que ainda estão por vir, tudo é questão de imaginarmos!
Já a minha viagem física aconteceu na década de 1960, atravessei um século, um milênio e aqui permanecerei por toda  eternidade, mesmo depois de minha partida física, por aqui estarei, pois tudo que se é criado por Deus será eterno, e tudo que será eterno já foi criado naquele momento, o da criação!
Se vc não acredita em Deus, imagine que mesmo em simples moléculas de poeira vc estará por toda a eternidade junto á criação, e eu que acredito estarei com Deus, o Carpinteiro do Universo!
Obrigado Deus por ter me dado à vida naquele momento, o da criação!
Obrigado Deus por ter me dado a Linda Dina, meu muito obrigado senhor!
Obrigado por ter me presenteado com essa sua filha que também acredita piamente no Senhor!




https://www.youtube.com/watch?v=34nrWcUglVg