sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

JERUSALÉM


Longe bem ao longe
No toque plangente
Dos teus sinos
Da estrada de Damasco
Prenuncio
Na voz única
Dos teus Minaretes
Na inconfundível prece
Das tuas Sinagogas
Não te vislumbram
Os meus olhos
Oh Jerusalém
És símbolo
Interrogação
És mistério
Que o teu eterno muro
Cravejado de tempo
De sofrimento
Eco das lamentações
Sonho e sede dos homens
Que em ti se dessedentam
Que o próprio tempo
Esventras
Num quase impudor.
Por seres aquela que és
Muito sangue jorrou
Das tuas entranhas
As pedras do teu lajedo
São já feitas de tempo
Um tempo que se fez eterno
Quis refugiar-me em ti
E bati às tuas portas
Oh Jerusalém
Mas não se fez ouvir
O eco da minha batida.
Respira-se ainda em ti
Cidade de antanho
Da memória que mora
No mais fundo de mim
Respira-se de Salomão
A etérea aura.
Tens a marca
Das gerações
Que te eternizaram
Saudade guardo de ti
De um tempo que não vivi
Mas de que oiço
Longes murmúrios.
Espero ainda
Que as tuas portas
Se me abram
Oh Jerusalém

Antonius

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