Um nevoeiro de manhã, uma manta cinza cobrindo às encostas,
e a chuva calmamente veio estragar o cobertor de neve da montanha,
Relutantemente eu insisto em não voltar ao passado, mas como evitar se o clima desse amanhecer me faz recordar tanta coisa boa, o passado é latente, às imagens estão logo ali, tem umas que até parecem nunca terem passado.
Toda essa chuva fria me faz lembrar de pessoas há muito tempo esquecidas.
Lembrei-me do discurso apaixonado que ela me fez e que hoje é apenas passado, um passado distante que insiste em retornar numa manhã como essa.
Nossos pontos de vista eram tão ávidos e ternamente parecidos, mas eu e vc ficamos no passado, não há nada que possamos fazer, sei que em algum momento da sua vida irá lembrar de nós, se nesse instante achares que a culpa pelo fracasso foi sua, pode chorar, pois nas minhas lembranças eu nunca me condeno, fiz o impossível, viajei longos caminhos só para ver um breve sorriso seu..
Também surgem num amanhecer como esse, lembranças dos amigos que ficaram num cantinho do tempo, desde a primeira e a ultima reunião, e o silencioso adeus naquele fatídico dia da despedida.
Ouço musicas, pois às canções nos auxiliam na arte de lembrar.
Lembrar das despedidas, é por no rosto um estranho sorriso, e na face uma lágrima de dor.
Sei que às lembranças irão me acompanhar para sempre, lembrar é sinal que algo aconteceu, é ouvir novamente o barulho do vento no para-brisa e o som das rodas rasgando o asfalto. Paro o carro dos sonhos no acostamento da vida, e ouvindo tudo isso volto a olhar pensativo o céu, e me pergunto; Aonde estão vocês agora, o meu amor e os meus amigos?
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