sábado, 19 de setembro de 2015

A Morte, Nossa Fiel Companheira.




A morte no livro do Eclesiastes

Lendo o livro do Eclesiastes, anotei as seguintes passagens sobre morte. 
1. Ninguém se lembra dos seus antepassados. E também aqueles que lhes sucedem não serão lembrados por seus pósteros (1,11). 
2. Não há lembrança durável do sábio e nem do insensato, pois nos anos vindouros tudo será esquecido: o sábio morre com o insensato (2,16); 
3. Há um tempo de nascer e tempo de morrer (3,2);
4. Tudo caminha para um mesmo lugar: tudo vem do pó e tudo volta ao pó (3,20);
5. Eu felicito os mortos que já morreram, mais que os vivos que ainda vivem (4,2);
6. Mais vale o dia da morte que o dia do nascimento (7,1b); 
7. Mais vale ir a uma casa em luto do que ir a uma casa em festa, porque esse é o fim de todo homem (7,2);
8. Ninguém é senhor do dia da própria morte, e nessa guerra não há trégua (8,8);
9. Um cão vivo vale mais que um leão morto (9,4); 
10. Os vivos sabem ao menos que irão morrer; os mortos, porém, não sabem, e nem terão recompensa, porque sua memória cairá no esquecimento. Seu amor, ódio e ciúmes já pereceram, e eles nunca mais participarão de tudo o que se faz debaixo do sol (9, 5-6).
O substantivo morte aparece também em outros textos, como aquele que diz: “E descobri que a mulher é mais amarga do que a morte” (7,26). Todos estes textos são frutos de uma reflexão sobre a morte feita pelo autor do livro de Eclesiastes. Uma simples leitura vai nos levar a concluir que o autor é fatalista, pessimista. Não! Esta não é a sua reflexão. Contra a sociedade do seu tempo que propunha uma vida futura para, assim, legitimar a exploração social e moral, Eclesiastes propôs um caminho inverso: a vida na terra vale mais que a morte, mesmo que possamos falar de vida depois dela. Desta fé nasce um Deus próximo.
E hoje em tempos “modernos” o Homem ainda não descobriu que irá morrer, tudo acontece como se estivéssemos numa festa que jamais irá terminar.
No dia 16 de Agosto de 1996 mudei minha trajetória, ao ver ali deitada num ataúde, aquela que me dera à vida, deitada para nunca mais se levantar. Nesse dia descobri que sou como vc, finito, que vim do pó e ao pó voltarei. Percebi que todo o ouro da Terra só tem valor aqui, que ele nunca me pertenceu e nunca pertencerá a ninguém, o que colhemos e acreditamos ser nosso, será devolvido a terra e suprirá a vida de um outro num dia qualquer num futuro o qual eu não poderei viver.
A morte é ao meu ver o acontecimento máximo da vida, pois nem todos nascem, e uma vez nascidos irão morrer. Conta-nos às Escrituras que o Filho de Deus ressuscitou aos mortos. Bem, esse conto é o único fio tênue que nos liga a uma possível vida eterna.
E lá naquele fatídico 16/08/1996 joguei fora costumes que não iam me levar a nada, procurei viver sempre o hoje, e esse hoje me é presente até agora, mas como aprendi que vivo lado a lado com a morte, sei que um dia ela chegará, e até que esse dia não chegue, irei ser pra vc como uma brisa a beira mar, se meu olhar fitar o seu, pode acreditar, irei te olhar como obra única de Deus, e como eu, vc também teve o privilégio de viver, de estar aqui nesse mundo maravilhoso, vivendo todas às provações impostas pela criação, e o melhor de tudo, sempre te olharei como irmão ou irmã.

A mim pouco importa o que fazemos dos nossos corpos, ele é matéria orgânica e ao pó retornará, me importa muito sim, o que fazemos com nossas almas, elas são eternas, e eu quero te reencontrar no paraíso ao lado de Deus.

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