Às estradas que tenho pego não me levam a lugar algum, ando
numa espécie de circulo, giro dia após
dia sem sair do lugar.
A minha noite a muito não tem à presença da lua, às estrelas
que antes eram tantas, hoje já não existem mais, à opacidade no espelho que me
reflete, me impossibilita que eu veja a minha própria face.
Meus dias fogem de mim como se eu não estivesse mais aqui,
tudo é um abismo profundo e sem luz, lancei à pedra da superfície e ainda tento
ouvir o toque na lamina d’água, mas nada, a profundidade é tanta que o som do
toque na água jamais chegará aos meus ouvidos.
Fantasmas, na minha vitrola começou a tocar Stand By Me, mas
juro, não fui eu quem a ligou, quem foi, você está aí? me responda?
Minhas madrugadas tem sido de insônias e solidão, levanto,
preparo um café e nada de você voltar, ligo o rádio, à TV e tudo que ouço me
faz lembrar você, até parece que à saudade fica vinte quatro horas no ar, seu
aroma é algo massacrante, estou condenado a morrer de inanição provocada pela
falta do seu amor...
Becos e vielas foram o que me sobraram, antes minhas ruas
eram largas, meu céu era ensolarado, minhas noites tinha apenas a duração de
uma noite, mas tudo isso foi antes, hoje o que me sobrou foi à companhia
dolorosa da solidão, da opacidade e das sombras que perambulam na noite eterna
em que vivo...
Dizem que o nosso fardo é carregado somente com aquilo que
podemos levar, chega, o meu é pesado demais, estou deixando tudo a beira do
caminho, vejo ao longe uma luz, quem sabe o noturno túnel está chegando ao
fim...
Felicidade, volte por favor, deixe a minha luz brilhar
novamente, deixe...
Nenhum comentário:
Postar um comentário