Fiz ranger as folhas de jornal
abrindo-lhes as pálpebras piscantes.
E logo
de cada fronteira distante
subiu um cheiro de pólvora
perseguindo-me até em casa.
Nestes últimos vinte anos
nada de novo há
no rugir das tempestades.
Não estamos alegres,
é certo,
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?
O mar da história
é agitado.
As ameaças, a corrupção e as guerras
havemos de
atravessá-las, rompê-las ao meio,
cortando-as como uma quilha corta as ondas dos mares.
(Maiakóvski)
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