Eu me lembro muito bem, que ontem ainda éramos
jovens de apenas vinte anos.
Nós vivíamos trapaceando o tempo e tentando acariciar as
estrelas... jogávamos com a vida como se
ela nunca fosse passar... Tudo era
apenas eu e você, nada mais havia em nosso universo. Como nós brincamos amor...
brincamos demais..
Fizemos tantos planos que acabaram em nada, eles ficaram
todos no ar
Quantas esperanças que como os planos, voaram todas para
longe?
Com o passar do imperceptível tempo, ficamos perdidos sem saber para onde ir.
Nossos olhos procuravam o céu, mas os nossos corações
ficavam postos aqui no chão.
Ontem eu e você tínhamos apenas vinte anos
Perdíamos o nosso tempo, acreditando que estávamos podendo
retê-lo, que ele nunca ia nos abandonar. Ingenuamente não sabíamos
que não íamos conseguir impedi-lo que
fugisse de nós...
Com a nossa falta de experiência, apenas corremos e ficamos sem fôlego...
Hoje estamos sós em nossos mundos, Ignorando o passado, e
tentando conjugar um futuro que nunca virá, pois o futuro de quem deixa sua
vida passar, em meio a ilusões fúteis, não existe, apenas acaba...
Eu hoje me recordo do
jovem revolucionário que queria mudar o mundo, minhas ideias e meus sonhos
feito nas noites em que passamos juntos...
Ontem eu e você tínhamos apenas vinte anos
Mas perdi meu tempo e você, fazendo apenas coisas malucas, coisas
Que não me renderam nada do que sonhei , a não ser, meros
devaneios tolos...
E ao encarar o espelho, percebo apenas algumas rugas na testa, e o medo infalível do
tédio,
Hoje os meus amores
morrem mesmo antes de existirem
Meus amigos se foram, e nunca mais irão voltar
Por minha culpa, construí esse enorme vazio em torno de mim
Arruinei minha vida e joguei fora minha juventude
Tentei o melhor, vivendo no agora de antes, e ganhei o pior para
os dias de hoje.
Há se eu tivesse
congelado meus sorrisos e meus medos?
Onde eles estão agora? Aí percebo que eles ficaram lá com
meus vinte anos...
Baseado na canção de Charles Aznavour
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