Quando eu ficar velho, quero me lembrar que aproveitei cada minuto da minha vida como se fosse o único que eu tinha, mesmo quando tive que passar esse minuto num trabalho tedioso ou numa fila que não andava.
Quero me lembrar que nunca me queixei nem da chuva, nem do frio, nem do sol, nem do calor nem de coisa nenhuma, nem de ninguém que fui grato a todos com quem eu me encontrei e a tudo que me aconteceu, de bom e de ruim, e que tudo só serviu para eu crescer um pouco mais, mesmo quando eu achei que ia me derrubar de vez.
Quero me lembrar que eu fui eu a maior parte do tempo e que mesmo aos pedaços eu consegui ser inteiro que nunca ocultei nem meu rosto nem minhas intenções por trás de nenhuma máscara, em nome de nenhum cargo ou papel, nem permiti que qualquer responsabilidade, por maior que fosse, me deixasse sizudo, pedante, prepotente e chato.
Quero me lembrar que jamais troquei a minha liberdade por nenhum outro bem, por mais atraente que fosse, e mesmo quebrando a cara, sempre segui a minha própria cabeça, respeitando o meu corpo e ouvindo o meu coração.
Quero contemplar o meu passado sem nenhuma sensação de perda ou de arrependimento, tendo a certeza de que, se deixei de fazer algo, não terá sido por auto-repressão, mas por livre-escolha.
Quero me lembrar que eu dancei, cantei e brinquei e fui feliz até na infelicidade.
Que eu fiz ginástica todos os dias com prazer imenso.
Que eu fiz amor quase todos os dias com prazer maior ainda.
Que eu orei para agradecer e para louvar, nunca para pedir que Deus fizesse por mim ou em meu lugar.
Quero me lembrar que me vestir com as roupas e enfeites que mais gostava e a menos que o ambiente me exigesse e eu estivesse disposto a acatar a exigência nunca me trajei de modo solene e sem graça só para parecer sério e importante.
Quero me lembrar que andei descalço e de patins e de bicicleta, que empinei pipa no parque, tomei banho de cachoeira, nadei pelado na praia, comi pipoca, chupei picolé, escrevi poesia, fiz bobagem, beijei na boca, namorei de paixão, briguei de não voltar, fiquei na fossa, voltei, chorei no cinema, chorei na realidade, sonhei nos dois, e tive sarampo, catapora, caxumba e fantasia sexual enfim, que vivi sem me importar com a idade mas com a felicidade.
Mas o que eu quero mesmo, quando eu ficar velho, é ter a certeza íntima que eu envelheci sem ficar velho…
Quero me lembrar que nunca me queixei nem da chuva, nem do frio, nem do sol, nem do calor nem de coisa nenhuma, nem de ninguém que fui grato a todos com quem eu me encontrei e a tudo que me aconteceu, de bom e de ruim, e que tudo só serviu para eu crescer um pouco mais, mesmo quando eu achei que ia me derrubar de vez.
Quero me lembrar que eu fui eu a maior parte do tempo e que mesmo aos pedaços eu consegui ser inteiro que nunca ocultei nem meu rosto nem minhas intenções por trás de nenhuma máscara, em nome de nenhum cargo ou papel, nem permiti que qualquer responsabilidade, por maior que fosse, me deixasse sizudo, pedante, prepotente e chato.
Quero me lembrar que jamais troquei a minha liberdade por nenhum outro bem, por mais atraente que fosse, e mesmo quebrando a cara, sempre segui a minha própria cabeça, respeitando o meu corpo e ouvindo o meu coração.
Quero contemplar o meu passado sem nenhuma sensação de perda ou de arrependimento, tendo a certeza de que, se deixei de fazer algo, não terá sido por auto-repressão, mas por livre-escolha.
Quero me lembrar que eu dancei, cantei e brinquei e fui feliz até na infelicidade.
Que eu fiz ginástica todos os dias com prazer imenso.
Que eu fiz amor quase todos os dias com prazer maior ainda.
Que eu orei para agradecer e para louvar, nunca para pedir que Deus fizesse por mim ou em meu lugar.
Quero me lembrar que me vestir com as roupas e enfeites que mais gostava e a menos que o ambiente me exigesse e eu estivesse disposto a acatar a exigência nunca me trajei de modo solene e sem graça só para parecer sério e importante.
Quero me lembrar que andei descalço e de patins e de bicicleta, que empinei pipa no parque, tomei banho de cachoeira, nadei pelado na praia, comi pipoca, chupei picolé, escrevi poesia, fiz bobagem, beijei na boca, namorei de paixão, briguei de não voltar, fiquei na fossa, voltei, chorei no cinema, chorei na realidade, sonhei nos dois, e tive sarampo, catapora, caxumba e fantasia sexual enfim, que vivi sem me importar com a idade mas com a felicidade.
Mas o que eu quero mesmo, quando eu ficar velho, é ter a certeza íntima que eu envelheci sem ficar velho…
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