sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Quando Às Flores Morrem



Aprendi desde criança que não se pode confiar em ninguém, 
mas quando vejo meu coração e alma já estão nas mãos de outra estranha. 
Meu coração fica passando de mão em mão, e sempre que corro para pega-lo, 
o passam para outra mão. Ficam brincando de bobinho comigo 
usando meu coração como bola, 
sem que eu tenha ao menos  pedido para entrar no jogo

Doce como limão azedo
A ardência na minha garganta têm nome e sobrenome,
um perfume muito bom e um coração que nunca será meu.
O vazio nos meus olhos é reflexo do poço sem fundo,
que se esconde dentro de mim.
Minha curiosidade se estende ao futuro,
desfecho do fardo sem peso que carrego,
e pára longe dos problemas que Freud gostaria de discutir.
Há, em mim, uma sede de encontrar no vazio mais conhecimento
do que nas ruelas sujas por onde eu passo no dia a dia,
o que não é muito difícil.
Existe também uma enlouquecida fé de que nessa mesma rua 
passará por mim, algum dia, o amor por quem levarei toda a vida,
o que é extremamente difícil.
Meu ceticismo começa nas minhas palavras e termina nos meus pensamentos, que me entregam e me condenam.
Prisão perpétua eu merecia, mas como não será na sua vida, prefiro a falsa liberdade.

"Hoje eu sou o opressor, 
quem uma vez já me oprimiu;
Hoje eu sou o amor,
que mais de uma vez já me feriu;
Hoje serei seu senhor,
mas, não mais do que hoje,
tomarei o seu temor,
e te destruirei,
por não ser o seu amor." 

Sophia Siviero

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