domingo, 14 de agosto de 2011

Giz



Sentado na calçada
Com a vida cansada
Achei um pedacinho de giz
O céu por testemunha
Nuvens carregadas de chuva
A me vigiar
Comecei devagar
O chão riscar, sem saber no que ia dar
Para minha surpresa, aconteceu
O teu nome apareceu
E junto o meu
Fiquei contemplando
Ali, quietinho lembrando
Do passado entre nós
Desatei todos para achar uma saída
Mas nada me dizia
Porque não há mais nós
Então senti
O pingo frio da chuva em mim
E o céu carregado enfim
Deu lugar a uma chuva forte
Que me lavou a alma
Me trazendo a calma
Quando para cima olhei
E então, ali parado...rezei (por nós)
Ao olhar para calçada
Não nos vi mais
A chuva banhou os nomes
E, como se fosse com fome
Tirou-os dali.
Não existe mais nomes
A forte chuva levou consigo
O que o frágil giz escreveu
Apagando o que poderia
Ser um eterno você e eu.
(Fabrízio Stella)

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